(trecho do livro “Diamante no acrílico: entre a vida e o melhor dela”, em que conto a história de luta, superação e milagre da minha filha – que nasceu prematura e passou 80 dias internada)
“(…)Muita turbulência já vivemos até aqui. Apesar disso, faltava uma coisa de muito valor para mim: o choro da Laís. É isso mesmo!
Tudo até agora aconteceu no mais absoluto silêncio. Inclusive me acostumei a chamá-lo de silêncio ensurdecedor, aquele que machuca e dói, mas não há o que você faça para que ele saia da cabeça. Um silêncio que atormenta, sabe?
O fato de a Laís estar entubada fazia com que sua voz não saísse. Era um aperto no coração vê-la chorando sem ouvir o choro propriamente dito. Quando ela gritava com dores ou por qualquer motivo que fosse, dava para ver a expressão de sofrimento em seu rostinho, incluindo a boquinha aberta. Contudo, não era possível ouvir nada. Era desesperador. Durante um mês e quatro dias minha única companhia sonora durante as tardes na UTI era os “bips” angustiantes que vinha dos aparelhos.
No dia 11 de fevereiro, porém, ouvi pela primeira vez seu chorinho. Nunca imaginei que pudesse me emocionar com um gesto tão singelo, simples e aparentemente comum.
Mas o choro da minha filha naquele dia tinha um significado especial: o de vitória.
Sabe o que é você comparecer ao leito de UTI todos os dias (alguns dias três vezes) e ver sua filha indefesa toda entubada e lutando pela vida com menos de 1 kg?
Era tenso, caro amigo. Era meu coração batendo ali na incubadora e meu pulmão buscando oxigênio também. Não era brincadeira.
Passei por dias de choro na hora de dormir sozinho em meu apartamento, mas sempre mantive a fé no que se tornou meu combustível inacabável: Deus.
Naquele dia especial ela já estava com 1.370 kg, e como não contava mais com os tubos para respirar, suas cordas vocais estavam livres para sua voz finalmente aparecer e nos emocionar.
Aliás, o choro da Laís veio acompanhado das lágrimas do papai babão no lado de fora da incubadora. Naquele momento, ouvi um som que estava sendo almejado há muito tempo, pois tratava-se da mais linda das canções, cuja letra só eu entendi:
– Papai, estou sarando, acredite… meu papaizinho!
Eu sabia que poderia ouvir de muita gente:
– Ei, relaxa. Você vai cansar e se estressar de tanto ouvir este choro.
Realmente, poderia até ser, mas esse era diferente. Foi esperado por muitos dias e tornou-se um momento mágico, principalmente porque talvez pudesse nem ter acontecido devido tantas intercorrências Neonatais.
No entanto, Deus permitiu e mostrou novamente o seu poder. Era um sinal de que as coisas estavam caminhando bem e o meu lema era ter tranquilidade e a certeza de que seria assim até o final da internação: um passo para trás e dois para frente, sempre…”
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