Apanhei, cresci, apanhei, aprendi, apanhei, amadureci (uma cotinha), apanhei mais um pouco e, enfim, melhorei meu conceito sobre várias dessas babaquices que produzi ao longo da infância, adolescência e início da fase adulta.
1- orgulho de tê-las deixado no passado;
2- vergonha de tê-las praticado um dia.Apesar disso, continuo babaca em algumas várias coisas, afinal, sou um ser falho que, embora lute para se tornar um humano melhor diariamente, comete lá suas babaquices de vez em sempre ao longo das horas (embora eu jure que minhas atuais babaquices são involuntárias. Juro mesmo ó!).Entendo que expressar-se de forma babaca é, na maioria das vezes, uma condição e não uma opção. Vejo que por atrás de uma bela babaquice tem muita coisa envolvida, como por exemplo os valores que nos são ensinados, a cultura ao qual estamos inseridos ou simplesmente o prazer que alguns tem em ser babaca mesmo e ponto.
No período de nossa formação como um ser racional
, que acontece principalmente nas primeiras três décadas de vida, produzimos babaquices que, digamos, não dá o menor orgulho quando paramos e olhamos pra trás, concorda?
Mas apesar do lapso de arrependimento, as babaquices estão lá, te olhando, te fuzilando e gerando sentimentos de culpa, de vergonha e de julgamentos.
Geralmente estes dedos que nos apontam e exclamam: “Babaca! Babaca!”, chegam até nós por dois meios: pela consciência pesada e, adivinha por mais quem? Isso mesmo. Sempre por outro babaca. Inclusive, este que, possivelmente, ainda não refletiu sobre o tema por falta de tempo ou por pura babaquice arraigada no próprio ego.
Ps: Refiro-me aos que fazem questão em ser do contra para qualquer situação, dos julgadores de caráter e dos fodões de plantão (ou que se acham os).
Ser babaca é um saco? É.
Lidar com babaca é um saco? Também é.
Mesmo assim todos nós somos, fomos ou seremos grandes babacas em algum instante da vida. Haja paciência!
Mas, afinal, o que é ser babaca?
Bom, no que diz respeito aos adjetivos, temos alguns: Idiota, bobo, tolo, mané, otário, estúpido, escroto, infantil, sem graça, zé-ruela, imbecil, trouxa, lambe-saco, espertalhão, nojento, boçal e bobo-alegre.
Já as práticas que leva a pessoa em conquistar um títulodesses… ah, existem milhões de possibilidades para se definir e/ou identificar um sujeito com essas aptidões, né?
Eu, por exemplo, resolvi dissertar sobre o tema a partir de outro texto que publiquei recentemente falando sobre o ‘mudar de opinião’.
Como (em minha humilde opinião) acho saudável – e uma característica absurdamente positiva – ter um novo ponto de vista sobre algo, vejo como babaquice ser um cara turrão e que talvez desconsidere possibilidades que possam agregar coisas positivas na própria caminhada, simplesmente por se achar o centro da terra ou pensar no próprio umbigo ou ser o revolucionário com ideias invioláveis.
Isso pra mim é só uma das milhões de babaquices possíveis que o ser humano pode praticar diariamente, principalmente por ser uma atitude autoprejudicial.
Sendo um babaca perde-se momentos incríveis, amigos, credibilidade, trabalhos, e o isolamento acaba sendo inevitável, já que as pessoas criam uma preguiça lógica de debater com estes seres já julgados e pré-condenados como babaca pela sociedade que o rodeia.
Mas, de verdade, sabe o pior?
Na maioria das vezes é possível saber se está praticando babaquice. Então, continuar sendo babaca ou tentar agir diferente e com inteligência acaba sim sendo algo opcional.
Enfim… sabe o que tudo isso significa? (acho que) nada.
E sim, o texto finalmente acabou. 🙂