Fome + seca + medo + guerra + terrorismo + dor = mais de 300 mortos, 400 feridos e uma tonelada de desaparecidos, incluindo crianças e idosos.
Aonde isso? Na Somália, meus amigos.
Mas provavelmente você não esteja nem sabendo do ataque mais violento que o país sofreu no último sábado, afinal, (pra variar) o mundo inteiro fez questão de fechar os olhos para mais essa tragédia que atormenta nossos irmãos africanos.
Não foi em Paris, não foi em Manchester, não foi em Las Vegas, não tem loirinhos branquelos de olhos azuis, então, foda-se!
Sim, pois, ‘FODA-SE’ é o nome do botão que a imprensa aperta quando desastres acontecem em países ou cidades que estão à margem do que consideram como “relevante para a economia do planeta” ou para sua audiência que se, ao final de tudo, não figurar com bons pontos de audiência, impacta diretamente – e negativamente – no faturamento do veículo de comunicação.
Então, não importa fazer jornalismo, e sim, ganhar dinheiro, certo? Sim. Certo.
Quem tem grana, tem tudo; quem não tem, foda-se.
Óbvio que vocês e toda população mundial estariam comovidos e unidos para mandar mantimentos, medicamentos e, principalmente, energias positivas e orações à Somália.
Mas, oras, como fazer isso se as informações sobre o ocorrido nem chegam até o grande público?
Pois é… o jornalismo é um ferramenta que deveria existir em prol da sociedade, sem focar exclusivamente no dinheiro, ou tomar partidos, ou, enfim, deixar fluir opiniões/julgamentos – quando seu papel é de apenas reportar acontecidos.
Porém, quando esse “quarto poder” passa a não fazer nem o básico, torna-se nítida toda crise existencial que a profissão vive, chancelando assim uma triste decadência de provável caminho sem volta.
Pobre jornalismo…
Aliás, frisemos que o papel do jornalismo não é o de julgar se tal lugar é mais importante do que outro. O ofício jornalístico está em gritar ao mundo que tal lugar está sendo vítima de atrocidades, sofrendo e, portanto, necessitando de ajuda. E ponto final, sem poréns ou discussão.
Em um momento como este não se deve criar muros, colocando bandeiras, hinos ou idiomas à mesa, caro amigo jornalista. Sua função consiste em construir pontes e trabalhar para que os laços se estreitem dia após dia.
O que a imprensa está fazendo com a Somália é a maior das vergonhas, publicando notinhas e excluindo essa calamidade dos grandes holofotes. Isso é virar as costas da mídia a um povo quando ele mais precisa, o que, em minha opinião, é uma grande covardia.
Infelizmente também não podemos fazer muito, né, gente?
De minha parte, apenas posso noticiar esse atentado terrorista na Somália aqui em meu “veículo de comunicação” para vocês, meus seguidores e pessoas de bom coração (utilizando esse espacinho para fazer um pouco minha parte enquanto jornalista).
Juntos, porém, podemos fazer algo à distância muito mais importante do que qualquer coisa: disseminar a informação, orar e enviar boas vibrações.
Oremos pela Somália e coloquemos na cabeça que não somos melhores em nada.
E que Deus tome conta!
#SomosTodosSomalia #PrayForSomalia
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Foto: MOHAMED ABDIWAHAB / AFP
Ola. Obrigado…Eu amo o seu site !.