Todos os dias quando abro minha timeline vejo um post de luto sobre a morte de Bolanos e acabei me acostumando com esse boato inútil gerado por pessoas que não tem o que fazer e, aparentemente, não tiveram o privilégio de apreciar referido talento na infância.
Hoje, porém, não é um mero boato, né? Infelizmente não há ninguém que possa me beliscar e dizer que tudo o que estou vendo, lendo, assistindo e ouvindo, é mentira. Cheguei agora em casa e essa é a notícia que recebo pra iniciar o fds após um dia exaustivo de trabalho.
Roberto se foi, e agora é de verdade. Para muitos, apenas o ‘Chaves’ ou o ‘Chapolin’. Pra mim, um amigo de infância.
Um ser humano que se travestiu diversas vezes com intuito único de colocar um sorriso, mesmo que tímido, no canto da minha boca. E assim o fez por muitos anos, milhares de vezes, e não somente com o tal sorriso tímido, mas, na maioria das vezes, proporcionando gargalhadas mais do que acentuadas.
Bolanos era mais do que um bom ator. Era também autor, escritor, diretor, cineasta, produtor e criador das personagens, realizando cada atividade mencionada com amor e paixão à profissão. O cuidado que tinha com os discursos e textos certamente é um dos segredos de sucesso das séries que produziu e que exportou para centenas de países em todo planeta.
Conquistar um público-alvo não é algo fácil seja lá qual for a profissão. E conquistar um público cujo alvo são as crianças, aí meu amigo… pode triplicar o nível de dificuldade.
Criança não finge, criança não faz média. Com a criança é assim: ou gostou ou não gostou, e ponto. E Roberto conquistou algumas milhares com maestria e tornou-se um grande case de sucesso, principalmente por não ter somente prospectado um público, mas por ter fidelizado ele por ‘apenas’ uns 40 aninhos.
Acho que o tempo foi amigo do Bolanos e suas séries. Graças à imbecilidade humana que só tem aumentado, tudo o que se vê na televisão hoje em dia conta com apelo sexual e violento.
Mas como alguns ainda procuram qualidade no discurso e pensam seriamente na educação de suas gerações, assistem e repassam programas de qualidade para que se perpetuem e não sejam esquecidos.
A linguagem dos programas de Roberto são circenses e sem conotação apelativa intencional. Personagens caricatas, com bordões e episódios que procuram vender positividade, são as marcas registradas, bem como a questão cenográfica sem tecnologia – mas que dava conta do recado e, sem querer querendo, fez com que milhões se identificassem.
Teria muita, mas muita, mas muita coisa mesmo pra falar sobre minhas percepções de sua obra, porém, por respeito, prefiro me recolher à reflexão e apenas pedir a Deus que guarde sua alma em um bom lugar, já que fez tanto por nós e merece ficar na paz do senhor eternamente.
Em minha pele eternizei há mais de nove anos o menino ‘Chaves’, não por ser meu favorito, mas para humildemente demonstrar toda gratidão e respeito que tenho, até pq um dia quero sentar com minha filha, mostrar essa tatuagem, e ter a chance de contar a ela quem foi Roberto Gomez Bolanos. E, assim como eu, ela vai se orgulhar, tenho certeza disso.
Essa história não acaba aqui.
Paz!”
#RIPbolanos #LutoEterno #Chaves #Chapolin #GraciasChespirito #RIPelChavo