E disso os loucos sabem…
“A volta por cima, vem na continuação”. Este é apenas um dos ensinamentos que Alexandre Magno Abrão, nosso saudoso Chorão, deixou, após cravar de vez seu nome na história da música brasileira no dia 06 de Março de 2013, data em que La Família 013 precisou refazer a rota de seus sonhos, buscando um novo rumo que fizesse sentido neste mundo louco, mesmo com o coração partido.
Um líder de gerações que era apaixonado por seu trabalho e lutava por ele com a mesma garra que um pai se doa para proteger o filho. O Charlie Brown Jr. era mais do que um emprego, e como Chorão mesmo dizia: Era sua vida. A máxima afirmativa do vocal se estendia por todo palco, já que dividia seus méritos com amigos dedicados, que se propuseram em viver juntos àquele sonho iniciado em 1992.
Foram muitos baldes de água fria na cabeça nos mais de 20 anos em que o Charlie Brown Jr. invadiu os diversos lugares de um país com dimensões continentais. Thiago Castanho, Marcão, Champignon e Bruno Graveto tinham uma responsabilidade que até então se resumia em ‘apenas’ dar suporte ao frontman, compondo as melodias letradas por ele, e assim levar aos ouvidos do público verdadeiros poemas de linguagem coloquial.
O sonho não acabou. O sonho só se renovou. A vida tinha um plano, e ele era de esculpir o nome de uma barraca de coco no córtex de milhares de pessoas, eternizado por um conjunto musical quebrantador de barreiras e responsável por trilhar a existência de muitos. E por respeito ao destino e ao passado, essa vontade foi mais do que respeitada. Chorão deixou a vida para entrar na história, juntamente ao seu maior projeto de vida, o Charlie Brown Jr., que deixou de existir para dar origem a sua própria Banca.
Guardiões dos seus mandamentos e os que lutarão para que essa chama nunca se apague, “A Banca” está formada para dar continuidade ao legado do grande irmão Choris, que sem dúvidas aplaude lá de cima a decisão de ter imortalizada sua obra.
O baixista dos sonhos aposentou seu enteado de quatro cordas, companheiro inseparável por tanto tempo. Champignon agora canta, vibra, grita e coloca em prática tudo o que pôde observar de seu mentor. Já nas primeiras aparições exercendo a nova função, mostra que sempre foi um bom aluno, observador e dedicado. Um tiro certeiro para não deixar a peteca cair no palco.
Todo grande time tem um capitão, e o mestre Thiago Castanho é o dono dessa braçadeira já algum tempo. O guitarrista carrega consigo uma energia ímpar e honra de maneira excepcional este apelido que lhe tornou, mesmo que involuntariamente, o verdadeiro paizão da trupe na estrada. Já no outro lado das seis cordas está Marcão, o mito. Falar pouco e tocar muito parece ser o principal lema do pai do pequeno Gabriel, que se transforma completamente quando o botão ‘power’ de seu amplificador é acionado. Coisas que só o Rock´n Roll explica.
Bruno Graveto conquistou os exigentes fãs ao longo dos anos graças a sua versatilidade musical e carisma. O batera responsável por um dos cômodos mais cruciais de uma banda, a cozinha, dita o andamento com maestria através de muita martelada qualificada.
Toque feminino? Que nada. Lena Papini fortaleceu e trouxe uma pegada única para ‘A Banca’. Baixista com anos na estrada e figurinha carimbada no cenário santista, ela já provou logo nas primeiras apresentações que a escolha dos quatro companheiros foi mais do que assertiva.
‘A Banca do Charlie Brown Jr.’ subiu ao palco pela primeira vez no dia 04 de Maio de 2013, na cidade de Lorena, interior de SP. Embora confiantes na receptividade daqueles fãs que os apoiaram no momento mais difícil de suas vidas, havia uma apreensão natural pelo contexto em que estavam inseridos, já que se tratava do primeiro show com Champignon nos vocais, o primeiro de Lena no baixo e, principalmente, o primeiro sem Chorão após mais de duas décadas.
No entanto, a vibe e a energia que tomou conta daquele ambiente provou de uma vez por todas que a melhor decisão tinha realmente sido tomada. E sim, Choris estava lá e legitimou “A Banca”.
A “Chorão Eterno Tour” vai até o final do ano com apresentações póstumas baseada nos grandes sucessos do Charlie Brown Jr. e deve passar pelas principais cidades do país. O primeiro álbum d’A Banca tem previsão de lançamento para o primeiro semestre de 2014.
Então vamos viver, e um dia a gente se encontra.
A BANCA:
Champignon | Microfone e Beat-Box
Marcão | Palhetas
Thiago Castanho | Palhetas
Lena Papini | Boom´s
Bruno Graveto | Baquetas
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