[ quanto tempo ainda viverei com a sensação em apenas desfrutá-la pelo buraco da fechadura? ] 😢
“Seja uma pessoa boa, tenha fé e lute por seus sonhos. Nada é impossível e quem acredita sempre alcança!”
Huummm… será mesmo?
Essa aspas que abre o texto é motivacional e muitos a utilizam (inclusive eu) para, nela, enxergar uma retórica que faça valer a pena continuar lutando por coisas e/ou situações distantes que acreditamos poder realizar um dia, seja pela força da energia positiva, do trabalho árduo, da bondade que nos prometeram colheita, da fé em algo ou alguém, enfim.
Até que ponto está em nosso alcance traçar o próprio destino, e, portanto, realizar sonhos e ter uma vida mais digna e feliz?
Até que ponto vale a pena lutar por uma vida em que o destino talvez tenha sido traçado antes mesmo de nascermos, e que, portanto, não temos qualquer permissão em mudar uma única vírgula?
A religião explica algumas coisas, porém, em minha humilde opinião, não convence.
Tem quem diga que ‘nada aqui importa, mas sim a vida eterna que conquistarás no céu se fores uma pessoa boa’;
Tem quem diga que ‘o que vivemos aqui é reflexo do que cometemos em vidas passadas’.
Uma ou ambas afirmativas podem estar certas, mas, me desculpe, nenhuma delas soa como sendo minimamente justa.
Sobre a primeira, como assim ser feliz apenas quando estiver no céu? Quero ser feliz agora também, oras. Batalho para ser feliz hoje e não somente depois de morrer. Pq essa necessidade em viver 80 anos no sofrimento para depois ser premiado com a felicidade?
Sobre a segunda, que situação injusta é essa, em que cometo erro em outra vida e pago os pecados dela nessa? Então, o tal “aqui se faz, aqui se paga” é uma falácia? Quero colher nessa vida o que plantar nessa vida, oras.
Por que alguns muitos conquistam tudo fazendo tão pouco ou nada – e até sendo pessoas más para si e para o próximo, e por que outros tantos não saem da estaca zero mesmo fazendo de tudo possível – e ainda priorizando o amor, a empatia e o altruísmo?
Por que, enfim, a real felicidade está restrita à minoria enquanto a maioria experimenta uma vida amarga e de intenso sofrimento, do nascimento até a morte?
Desde sempre nos ensinam que, para colher o bem, basta plantar o bem. No entanto, desde o nascimento nosso dia a dia é envolto por mais dores que alegrias, mais perdas do que ganhos.
“Coachs” e pseudo-otimistas dizem por aí que, para colher prosperidade, basta não fazer mal a alguém, não infringir as regras impostas pelo bicho-homem, não roubar, não matar, passar nove horas dentro de uma empresa atuando com amor, beber água, fazer caminhada, fomentar a caridade, respeitar a fauna e a flora, alimentar-se bem, estabelecer metas e projetos, não se esquecer do checkup na saúde e, claro, sorrir.
Como se não fizéssemos (ou jamais tenhamos feito) isso ou boa parte disso.
Chega um instante da vida em que o único pensamento que vem é: “Não há o que eu faça. Não nasci para vencer, ser feliz ou ser bem-sucedido, e preciso lidar com isso. Alguns naturalmente desfrutarão o melhor que a vida tem a oferecer em sua plenitude, mas outros, não – grupo do qual sou parte e preciso aceitar de uma forma que soe menos dolorosa à minha caminhada até o fim, ponto.”
Qual a opinião e crença de vocês acerca da felicidade e do tal ‘realizar sonhos’?
Pois, para mim, Fernando Guifer… mais um dia o sol nasceu e meus sonhos insistiram em ficar no travesseiro…
Até quando aguento isso não sei dizer. Mas que está puxado, está.
Que todos vocês tenham uma sorte diferente. Paz e luz, meus amigos. 🙌🏼
Ps: apesar do aparente pessimismo, seguirei firme na luta me apegando em sei lá oq… Façam o mesmo. Venceremos(!?) ✊🏼