Indiscutivelmente ótima atriz, Regina Duarte me parece uma pessoa boa e até bem intencionada para com o povo e sua classe artística.
Contudo, o despreparo dela para um cargo de gestão pública é latente e isso ficou nítido em sua entrevista para o Fantástico.
Retórica fraca, sem proposta, não sabe por onde começar, parece estar perdida, sentindo fortemente as pressões que vêm por todos os lados, declarações infelizes em massa e, como ela mesma disse: “nem começou a trabalhar ainda”. Enfim, não deve demorar muito a ser engolida pelo sistema e, por fim, jogar sua toalha.
Regina é cidadã, não política. Lá dentro necessita-se um jogo de cintura que ela não aparenta ter. Isto, porém, não é defeito, é característica. Ok.
Em Brasília, somente boas intenções não bastam. Deve haver uma pitada de malandragem (no bom sentido) para que as coisas andem para frente. É preciso saber jogar o jogo de lá para conquistar benfeitorias pra cá.
Até sua condição de eleitora de um político machista, misógino e inimigo da arte, me parece fruto apenas de sua ignorância (e não maldade). Logo ela, que sempre representou nas telas o papel de mulher forte, brasileira, enfim. Não tem noção de quem é, o que representa, e de que seu chefe é capaz. Inocência de dar pena.
Isso tudo, obviamente, não elimina o fato de agora ela ser uma gestora pública, claro. Sabendo ou não como conduzir, deverá conduzir e ponto. E o papel do jornalismo, como sempre, será o de fiscalizar e questionar para levar respostas ao povo que, a partir de agora, pagará seu salário.
Neste contexto, o (também ótimo) repórter Ernesto Paglia fez isso muito bem ontem, durante o papo que conduziu com uma já abatida Regina Duarte para o Fantástico.
E, apesar de ter visto alguns fãs do atual Governo dizerem que ele foi tendencioso e que fez perguntas capciosas, relembro:
Não existe pergunta capciosa no jornalismo. Existe pergunta. O entrevistado que lute.