Recentemente fiz um curso de criatividade e, entre os exercícios, estava buscar uma solução para a fome no mundo. Conforme o andar da aula, meu grupo concluiu que, embora um movimento inviável a nível global, poderíamos melhorar a vida da nossa comunidade ao redor e, consequentemente, inspirar e criar ações para que outras pessoas fizessem o mesmo nos quilômetros que não alcançaríamos.
Antes, pra mim, era como se não tivesse valor algum eu fazer algo útil por minha cidade, meu bairro, minha vizinhança. Em minha cabeça, só teria importância se eu produzisse alguma coisa que colocasse um sorriso no rosto de milhões de uma só vez.
Eu sempre estive errado!
Atingir incontáveis pessoas estando na periferia, sem mídia e sem recursos financeiros não é impossível, mas é muito difícil.
Minha conclusão foi: NÃO tenho que deixar de fazer algo apenas por meu esforço não chegar instantaneamente em outro continente.
Uma atitude generosa minha que transforme o dia de alguém, um texto meu que quebre um paradigma e desperte uma nova forma de pensar, o ceder poucos minutos da minha jornada a um idoso na fila do banco que gostaria de ser ouvido, ou algumas horas na minha semana ensinado um adulto analfabeto ler e escrever… isso tudo é de um valor inestimável, e sem dúvidas, muda o mundo.
A gente se preocupa em combater a fome de quem vive no outro lado do planeta, mas não é capaz de olhar para o vizinho que não faz suas refeições. E fazer algo por ele, é sim algo gigante, é certamente ser parte do progresso social.
Eu, fazendo meu pouquinho aqui; você, fazendo seu pouquinho aí; e outros, fazendo mais pouquinhos em lugares diversos. Tudo isso se tornará um “poucão”.
Portanto, na dúvida vá e faça. Uma árvore não nasce gigante. Tudo começa pela semente. Seja a mão que planta a semente – e nunca deixe de regar essa mudinha -, pois assim o universo se encarregará de reverberar seus frutos.