(…)É especial porque conseguiu, em pouquíssimo tempo, me transformar em um homem mais sensível, afetuoso e compreensível comigo e com o mundo.
Laís não vê a cor das pessoas, não se importa com aparência de ninguém, não trata bem ou mal de acordo com cargo ou quantidade de dinheiro que há na conta, e jamais questionou quando viu dois homens andando de mãos dadas.
Com menos de uma década nesse mundão, minha filha me ensinou coisas que jamais aprendi na faculdade. Primeiro, em dobrar a aposta diante dos desafios do dia a dia, ou seja, focar na solução e não no problema; segundo… sorrir mais e reclamar menos; e terceiro, trabalhar a aceitação e a gratidão, compreendendo que nossas jornadas têm nuances mesmo, que existem dias bons e dias ruins, e que, pasmem… o nome disso é VIDA, e tá tudo bem.
Ensinamentos que ela me transmite sem forçar a barra, sem agir na pressão, sem calcular por intere$$e e, na maioria das vezes, sem dizer sequer uma palavra. A frase “melhor do que a palavra é o exemplo” nunca fez tanto sentido, sabe?
Entenderam por que minha filha é especial?
Nada tem a ver com a condição física ou intelectual de saúde que ela traga no pacote, pq a deficiência não a define. Sua pedagogia e sabedoria (que ela nem imagina ter) a tornam especial.
Acredito que qualquer ser humano que vier ao mundo com poder de transformar a gente para melhor e nos fazer quebrar paradigmas é um alguém especial e de luz que veio nos ensinar alguma(s) coisa(s).
Óbvio que ninguém merece aplauso ou ser chamado de “especial” apenas por fazer o básico – que é o que ela talvez faça aos olhos de alguns. Mas num mundo em que a intolerância e o ódio foram legalizados, ter um encontro de almas com alguém que exala respeito e gentileza, é um feito a ser comemorado, concorda?
E você, se considera uma pessoa especial?
E mais ainda: tem criado filhos especiais?