Enquanto acharmos que o estupro é um problema somente das mulheres, os crimes vão continuar de maneira desenfreada e, nós, homens de bem, nos tornaremos cúmplices de cada atentado contra a alma feminina.
É muito difícil escrever sobre um tema que não domino, mas como bom teimoso que sou, resolvi dissertar algumas linhas sobre este assunto sem nenhuma preocupação técnica, mas com intuito único de levar uma reflexão aos cabras de boa índole (ou não). Vejo que não há como se calar diante da recente crueldade que vivenciamos no RJ, onde uma mulher foi violentada por 30 “homens” em um chamado ‘estupro coletivo’.
Embora o Brasil tenha se tornado “terra de ninguém”, algumas palhaçadas precisam ser contidas “pra ontem”, principalmente quando falamos da honra de uma pessoa ou de toda nação como um todo.
A cada estupro contabilizado é como se uma ferida fosse aberta na essência da nossa bandeira e, principalmente, no coração dos homens de verdade, aqueles que sabem realmente como uma mulher deve ser tratada.
E nós, homens de verdade, temos a obrigação (sim, eu disse obrigação!) de nos posicionarmos em favor das mulheres e abraçar essa guerra lado a lado, como se também fôssemos mulheres, afinal, a única coisa que pode salvar o mundo é a empatia, e só conseguimos ter a dimensão de algo quando nos colocamos nos sapatos de alguém.
Obviamente que, mesmo querendo se colocar no lugar de uma pessoa que passa pelo constrangimento ou pela agressão propriamente dita, jamais saberemos o que viver uma situação de violência sexual. No entanto, nós, homens de verdade, devemos ir contra qualquer prática que deprecie a intimidade da mulher; Nós, homens de verdade, devemos proteger nossas mulheres de alguma forma com as armas que temos, seja no aspecto jurídico, seja com nossa arte, seja indo às ruas, seja brigando por leis mais eficazes ou, quem sabe, denunciando situações suspeitas – mesmo que o meliante seja alguém próximo.
E quando digo “nossas”, não me refiro somente às mulheres do nosso hall de convivência, mas todas no geral. Apesar de ser quase impossível não pensar que o estupro poderia acontecer em nossa fuça ou acabar com a vida de alguém que amamos, não é preciso ter mãe, esposa, avó, tia, irmã, prima, cunhada ou filha, para entender que este é o mais cruel de todos os crimes. Para isso, basta você ter um coração e amar o próximo como a si mesmo, já que, apesar de uma frase bem piegas, quando agimos dessa maneira cuidamos uns dos outros.
A única coisa que todos temos de forma pessoal e intransferível, independente de classe social, é a honra, e isso não é – em hipótese alguma – negociável. A honra de uma pessoa jamais deve ser violentada pq é coirmã dos nossos valores e princípios, aqueles que nos guiam diariamente na busca por sonhos e ideais.
Quando se comete um crime à honra de um ser humano, você também esfaqueia objetivos, privacidade, planos, vigor, dignidade, autoestima e, claro, integridade física e psicológica. Sim, pq grande parte das mulheres que são violentadas continuam vivas e acabam sendo obrigadas a seguir toda trajetória com feridas que jamais serão cicatrizadas. Mulheres que sempre foram saudáveis, depois que passam por uma situação dessas têm a vida destruída e acabam desenvolvendo problemas seríssimos de saúde, como depressão, hipertensão e síndrome do pânico.
Homens, não podemos enxergar esse tipo de violência como um atentado somente à mulher, e sim, encarar como nossa obrigação de cidadão lutar com todas as forças para erradicar ao máximo essas selvagerias, vendo que não há como contar com leis que efetivamente protegem o sexo feminino dos babacas do sexo masculino. Enquanto os políticos se digladiam, pau-no-cu-da-sociedade e da fragilidade (física) das mulheres.
Enquanto o MP protege bandidos no congresso e enquanto a Polícia se preocupa em dar borrachada nos estudantes, os bandidos continuam soltos, violentando nossas mulheres e cometendo atrocidades na barba da sociedade que, pelo o que vejo, leva cada dia mais esse tipo de coisa “na esportiva”.
A mulher, meu caro, não é “bicho” como a maioria dos homens são. Ela dar ‘oi’ pra você não significa que ela queria transar contigo, e o fato de você estar vontade de transar naquele momento não significa que a mulher também esteja (e se ela não estiver, amoleça e guarde esse pinto, seu retardado!).
Aos que não têm a menor capacidade de transar com uma mulher na base do carinho, vou contar um “segredo” pra você virar gente, ok? Basta seguir os dois passos abaixo:
– Primeiramente: respeitar a mulher e tratá-la como uma rainha;
– Segundamente: primeiramente.
Ficou claro?
Mulher deve ser respeitada, e ponto. Não importa a roupa que ela usa, os lugares que costuma frequentar, a música que ela ouve ou a dança que a encanta. Dependendo do quão respeitoso você for ela quem vai resolver se é pro teu bico – e não você!
E se não for pro teu bico, entenda o recado, vaza e não olhe pra trás. Deixe-a em paz!
Toda mulher deve ser reverenciada, admirada e respeitada com a maior das intensidades e a melhor das intenções. E qualquer situação que tenha sentimento ou propósito que se oponha a essa positividade deve ser tratado com descrédito, desconfiança e ser cortado na raiz (por bem ou por mal).
Ah, e outra coisa… se você é daqueles idiotas que acham que a mulher não pode reclamar de violência sexual pq usa roupas curtas, saiba que você também é um problemão à sociedade e precisa se tratar pra ontem, pois os traços que carrega também são de psicopatia, e certamente tu deve ser daqueles punhetistas que ficam atrás das “gostosas” no vagão do metrô, não é mesmo?
Olha, sou contra estes “feminismos da moda” que temos visto com frequência, mas sou a favor das mulheres que lutam por direitos iguais e leis que as protejam. E se você não gosta das feministas, tudo bem, é um direito teu. Contudo, mexa essa bunda da cadeira e levante uma bandeira que defenda nossas meninas de alguma forma. O feminismo existe pq existem homens babacas e criminosos, e pq existe uma sociedade que os aplaude com as mesmas mãos que apontam o dedo para uma estuprada e diz que a culpa foi dela (por estar com roupa curta). Enquanto houver uma sociedade corrupta, retrógrada, que pensa no próprio umbigo e trata as mulheres como inferioridade, deve haver feminismo.
Com relação ao tipo de pena para crimes de estupro, me posiciono de forma tranquila e serena: tem de CAPAR o pião e o jogar na cadeia para conhecer os coleguinhas famintos.
Lá, na “jaula”, ele vai entender o quão cruel é o mal que causou na vida de um ser humano, e assim sim descobrir o pq nem os próprios criminosos suportam estupradores e acabam dizimando a vida deles em poucos dias.