“Costumo dizer que na vida somos personagens o tempo todo e sempre adaptamos nossa forma de ser para conseguir uma aceitação sem julgamentos negativos nos mais diversos grupos sociais ao qual fazemos parte, como no trabalho, nos estudos, na relação com a família, durante o passeio com amigos, etc.
Ao longo dos anos o mundo criou de maneira implícita um sistema de comportamento que não permite que sejamos nós mesmos na maioria dos lugares em que frequentamos e, se tiver interesse em ser “bem visto”, é necessário falar, agir ou até mesmo pensar igual aos que convivem conosco em determinado grupo, tudo para manter aquela boa e velha “política da boa vizinhança”.
Essa talvez seja a tal “hipocrisia positiva”, que mantém nossas amizades quase intactas e nos deixa cercado por bons “amigos” durante a passagem do tempo nesse plano. Já pensou se fossemos 100% sinceros em todos os lugares que frequentamos costumeiramente? Certamente seríamos excluídos, expulsos ou espancados pelo mundo. Então, essa adaptação, esse traquejo em se comportar em diferentes lugares e essa “sabedoria” em sentar à mesa com qualquer um, acaba sendo a salvação do nosso círculo de convivência.”
(trecho do livro ‘Diamante no acrílico: entre a vida e o melhor dela’, por Fernando Guifer)