Devido uma solicitação do Fluminense, o Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) suspendeu o jogo que aconteceu no último dia 13.10 – em que o time das Laranjeiras levou a pior contra o Flamengo (2 a 1 para o rubro-negro).
Com isso, até a conclusão do processo que deve julgar a realização ou não de uma nova partida, o Flamengo, vice-líder do Brasileirão, passa a figurar na tabela com três pontos a menos, ampliando a vantagem do Palmeiras rumo ao título – que era de quatro e passou a ser de sete pontos, praticamente colocando uma das mãos na taça.
Pois bem, vamos lá…
Sou palmeirense e desde que o árbitro apitou o fim do confronto, na última quinta-feira, vi que as redes sociais foram inundadas por outros amigos palmeirenses reclamando do lance que levou à suspensão da partida. Na ocasião, um gol do Fluminense foi anulado pq o zagueiro Henrique, autor do tento, estava em posição de impedimento.
Amigos, a questão é: estava impedido ou não? Sim, estava!
Oras, então acabou a discussão. Não há o que reclamar.
Esse costume do brasileiro em privilegiar mais o ‘legal’ do que o ‘moral’ retrata bem o pq estamos onde estamos.
Hoje cedo ouvi no rádio um jornalista dizendo algo interessante. Infelizmente não me recordo o nome dele para dar os créditos, mas era da Bradesco Esportes FM, de São Paulo/SP. Ele mencionou, como exemplo, a cabeçada do Zidane em Materazzi, na Copa de 2006.
“Por estar longe no lance, o árbitro não viu a cabeçada e claramente foi avisado por alguém que estava vendo a partida pela TV. Por isso, o Zidane não merecia ser expulso então? Quer dizer que se um jogador matar o outro dentro de campo ele não deve ser expulso caso o árbitro não tenha visto e seja avisado por quem viu pela televisão?”
Concordo plenamente com a colocação dele, e digo mais:
Não importa o que diz a lei/regra, e sim, os valores de bem que vc fica pregando que carrega aí desde pivete.
Quer dizer que se legalizar o roubo em supermercado você vai roubar pq passou a ser permitido?
Não é pq a regra é falha que devemos estar coniventes com ela. Além, disso, já deveríamos ter nos acostumado com as lambanças da arbitragem por aqui, né?
Se não foi gol, anula. Não comemore o erro; aplauda o acerto.
Errar, reconhecer e corrigir deve ser a prática mais comum entre as pessoas e também às competições. Nem sempre temos a oportunidade de reaver um erro, então, quando isso torna-se possível deve ser comemorado e não apedrejado.
Como você quer fazer a diferença em prol de mundo melhor se um simples jogo de futebol é capaz de moldar sua conduta?
Uma coisa é a paixão pelo time e/ou esporte, outra é ser doente e desonesto.
A pessoa acha bacana vencer com gol ilegal e depois fica reclamando dos políticos corruptos. Faça-me o favor, né?
– Ah, mas o futebol é podre, é corrupto! – os torcedores têm esbravejado.
Então, amigão, mas você descobriu isso só agora? Poxa, que gênio. Onde você estava durante todos estes últimos anos? Num bueiro?
Eu, como palmeirense, quero ser campeão na bola. Ganhar um título limpo e incontestável – como sempre ganhamos. A história do Palmeiras é limpa e não aceito ajuda extracampo para levantar qualquer taça que seja.
Minha total solidariedade ao Flamengo e aos flamenguistas.
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