Toda vez que alguém ousa fazer uma crítica à Polícia, uma enxurrada de reclamações ganha vida nas redes sociais, e sempre com a mesma – e inteligente – frase:
“Já que não gosta da Polícia, quando estiver em apuros chama o Batman!”.
Bom, não precisa ter um QI acima do normal para ver o quão absurdo é esse tipo de exemplo, e claro, que trata-se de uma frase-barra-sentença totalmente rasa e que segue no completo desacordo aos contextos.
Vamos lá:
– PRIMEIRO que, criticar ações isoladas da Polícia não significa (em hipótese alguma) que a pessoa é contra a Polícia e a favor do bandido.
É uma grande bobagem e irresponsabilidade pensar dessa forma;
– SEGUNDO que, a Polícia acerta muito, ok. Mas a Polícia também erra muito (ou não?).
Se nos dias de hoje a Polícia brasileira não é uma unanimidade entre os quase 200 milhões de habitantes, é pq algo de errado está acontecendo lá dentro, e, desculpe, mas a culpa não é das pessoas que tiram suas conclusões e opinam, concorda?;
– TERCEIRO que, nosso papel – enquanto cidadãos – é fiscalizar esse (estratégico) serviço público de extrema importância, elogiando e bonificando quando preciso, e intervindo com sugestões de melhorias/críticas sempre que acharmos necessário. Não há NADA de errado com isso;
– QUARTO que, críticas, embora geralmente recebidas como pedras, são importantes para qualquer pessoa ou instituição, vendo que o feedback dessa ‘visão de fora’ é imprescindível para o aprimoramento e melhoria das funções – principalmente quando este vem do próprio cliente que utiliza o serviço e banca seu funcionamento (no caso da Polícia, o povo);
– QUINTO que, é mais do que óbvio a existência dos muitos policiais competentes que trabalham em prol da segurança de seu povo. Mas, assim como em qualquer profissão e empresa, tem aquela meia dúzia de maçã podre que extermina a imagem de confiabilidade da companhia.
E, de nossa parte, antes de abrir o bocão é fundamental ter cuidado para não generalizar e endossar um coro ludibrioso;
– SEXTO que, mais do que ficar apontando o dedo a distancia, devemos tirar a bunda da cadeira, sair do Facebook e lutar também por melhores condições voltadas à Polícia no que se tem relação com salário, benefícios e treinamentos.
Não basta repreender o trabalho da organização sem aprofundar-se nas condições de trabalho que têm sido ofertadas a ela para que aprimore sua inteligência emocional e física, o nível de armamentos e planejamento estratégico, programas motivacionais e reconhecimento, e, principalmente, os investimentos de combate à corrupção interna.
Da mesma forma que brigamos por melhores condições aos professores, por exemplo, também devemos questionar o Governo sobre os avanços aplicados à segurança pública.
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