O SUCESSO, A FAMA, A INVEJA, E A RELATIVIDADE DO ‘SER BEM-SUCEDIDO’
*** A inveja | Parte 3 ***
Tornou-se uma prática olhar torto e procurar defeito naquele famoso que nunca vimos ao vivo ou sequer trocamos uma palavra na vida, mas que, por ele ser considerado bem-sucedido pela sociedade, é automaticamente – sem qualquer justificativa – promovido a inimigo da gente, como se tivesse cometido algum crime inafiançável.
E, embora isso seja (repugnantemente) real, não creio em maldade efetiva ou atitude calculista, sabe? No máximo um desvio típico de quando ainda somos bem jovens, já que, depois, quando bem crescidinhos, aceitamos tranquilamente nossa condição de mero mortal dispensável à maioria dos que não estão nem aí para nosso belo par de olhos castanhos remelentos.
Mas, o que explica esse tipo de comportamento?
Impossível afirmar com exatidão, mas, minha percepção aponta mais na direção de algo que esteja presente em nosso instinto, e que existe para cumprir o papel de uma defesa pessoal criada pelo ser humano para se autoenganar e ter o ego massageado com a falsa sensação de que é mais (ou pelo menos igualmente) notado e considerado ‘alguém’ por aqueles que lhe cercam.
E mesmo sem qualquer embasamento antropológico, arrisco em dizer que o passar do tempo nos conduziu a uma realidade ‘falsiê’, cujo desfoque nas prioridades transformou nossa raça em uma persona mal criada e sem resquícios do que já foi um dia, ou seja, quando ainda dávamos valor ao que realmente merecia ser valorizado – época essa que minha geração acredito nem ter pego.
Contudo, mesmo revelando-se como sintoma de ‘defesa’, é sim uma prática (em atividade) que não perde seu tom preconceituoso, afinal, julgar mal alguém que não se conhece apenas pelo fato de esta possuir atributos considerados de relevância para os padrões atuais da comunidade, não é nada amigável e/ou admirável, e fica até vergonhoso aos que emanam de um jeito mais agressivo esses ares de ‘inveja’.
***Essa ‘Parte 3’ da série veio apenas como introdução do próximo, em que falarei sobre uma característica bem peculiar do ator Bruno Gagliasso, um cara rico, bonito e famoso, que está no hall de pessoas que mais sofre com esse tipo de implicância dos pobres, feios e anônimos, como eu.
Parte 1: A relatividade do ‘ser bem-sucedido’
Parte 2: O sucesso e a fama
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