Aquele intrigante momento em que você para, pensa, e percebe: o lugar que se adorava ir não tem mais o mesmo brilho, e as pessoas que sempre se amou, defendeu, admirou e valorizou, não corresponderam de maneira positiva e recíproca seus anseios e expectativas.
De alguns a gente espera um afago, um ombro ou um mero olhar com sentido de ‘estou aqui e conte sempre comigo!’; de outros, porém, não se espera absolutamente nem um genuíno sorriso amarelado no canto dos lábios.
Sabe o que há de errado com isso? Nada. Trata-se apenas de um paradoxo natural que é corriqueiramente praticado em uma relação que envolva humanos e “humanos”.
Mas, sabe… a dor jamais se aflora quando a indiferença surge daquele lado frio, cinza, e de quem nunca se aspirou o contrário.
As lágrimas escorrem com uma navalha na face quando estão relacionadas aos iguais de quem se espera e não mais se tem, principalmente por um dia já ter tido em abundância.
Ficou-se pelo caminho os pequenos gestos de carinho e afetividade.
Você amou, mas não foi amado; você se doou, mas não obteve doação semelhante.
E somente o tempo foi capaz de mostrar um a um quem era realmente quem, durante uma adversidade ou até mesmo quando o tal do poder chegou às mãos de quem ainda precisava de maturidade par administrá-lo.
O envolvimento com um familiar, parente ou amigo é o supra sumo da alma por ser verdadeiro e não intencional, entende?
Pq quando é voluntário enfatiza de verdade o poder do tal ‘sentimento puro e sem interesses’. E, caso fosse uma ligação premeditada, certamente não doeria, já que eu mesmo não deixaria doer e teria controle absoluto sobre a razão ou não de ser o que
estivesse sobre o alcance da minha decisão.
Mas, o amor é assim mesmo: in-con-tro-lá-vel (ainda bem!).
E apesar de ferido, o coração permanece amando incondicionalmente, mesmo que com menor intensidade, pois a potência diminui com a distância, mas o que é de verdade se acultura ao imortal.
Bom, mas é isso, né? Vida que segue… de um lado ela, e do outro eu, buscando incessantemente manter intacto o mesmo sentimento construído durante toda uma vida desde a infância, afinal, amar também é um grande exercício.
Por hoje é só…
“Quando você não mais servir eles vão te esquecer. Mas aí… ganha quem sabe perder!” (C.B.Jr.)