“♫♪ Eu quero saber/Por que o gato mia?/Verde por fora/Vermelho por dentro/É a melancia! ♫♪ Eu quero saber/Não quero dormir/O que está acontecendo?/Eu vou descobrir! ♫♪”
Se você leu o trecho acima com a mente cantarolando e se os teus lábios já se deslocaram para um ligeiro assobio, parabéns! Certamente tu és um sortudo ou uma sortuda que desfruta a insubstituível companhia de uma criança neste exato momento da vida!
Ah, e não necessariamente você é o pai ou a mãe deste pequerrucho, estou certo? Afinal, tios, irmãos e primos também não escapam desse fenômeno e, vez ou outra, são envolvidos na magia d’O Show da Luna, sendo constantemente convocados a imergir nessa atração brasileira que tomou conta de uma novíssima geração que veio ao mundo a partir de 2014.
Mas, calma, papais e mamães!
A boa notícia é que vocês não estão sozinhos no que diz respeito ao envolvimento emocional que certamente possuem com esse grato acontecimento da (atual) primeira infância.
É provável que alguns ainda nem saibam, mas revelo aos interessados que o desenho preferido da sua cria já chegou às telas de nada menos que 74 países, ou seja, existem milhões de babões e corujas que cantarolam por aí as músicas da Luna até no banho – e nem por isso são considerados malucos. Sendo assim… Yes – estou salvo (ou estamos salvos, né? rsrs). UFA!
Bom, minha filha Laís também é parte dessa turminha que praticamente nasceu com este trio formado pela sonhadora Luna, por seu (curioso) irmão Júpiter, e claro, pelo Cláudio, furão-fofo que tem voz de gente grande.
Com roteiros cuidadosamente bem elaborados e uma animação tecnicamente bem executada, o maior sucesso da produtora TV Pinguim traz implícito em sua própria essência uma inexplicável magia na trilha sonora criada pelo grande André Abujamra.
Aliás, esse desafio proposto ao músico permitiu que uma faceta absurdamente versátil se consolidasse e o consagrasse ainda mais como grande compositor e maestro, chancelando a crença de que ‘menos é mais’ – em tudo, mas, principalmente na música.
Não é fácil prender a atenção ou muito menos manusear a alma das crianças, pois todas elas detêm uma grande parcela incógnita de sentimentos e temperamentos.
E, talvez por isso, vejo como tão necessário valorizar os que têm esse incrível poder de atingir em cheio esses pequenos corações – e os fazerem ficar paralisados aprendendo algo por alguns longos e eternos minutos.
A sabedoria do mestre Abujamra atrelada à maestria de Célia Catunda e Kiko Mistrorigo, criadores do desenho, conseguiu vender emoção aos bambinos (que representam o futuro da nação) através de um material riquíssimo, 100% didático, amável, puro, educado e sem preconceitos.
A foto que publiquei aí no post denuncia sobre quem foi eleita a companheirinha da minha Laís atualmente, né? Sim, sim, ela mesma: a cientista Luna, protagonista do texto, que se faz presente pela figura da bonequinha que ganhou do titio Ricardo, familiar por quem aliás, é apegada por demais.
Nada é mais mimosinho do que ver a Laís andando pela casa com a cabeleira de biro-biro, o elástico da fraldinha pulando pra fora da calça, e a Luna de vinil (que a todo instante recebe um afaguinho de ‘mamãe’) pendurada no minúsculo bracinho esquerdo.
Ela corre pra lá e pra cá na companhia da Luninha e, assim como qualquer outra criança, tem aqueles momentos em que se enfeza e joga longe a coitada da amiguinha, né?
Ah, mais nada duradouro, viu!? Isso geralmente só acontece quando a comilona avista um biscoitinho cream cracker com creme de ricota, um de seus lanchinhos favoritos. Contudo, minutos depois elas fazem as pazes e já estão se olhando e sendo novamente uma da outra do jeito mais encantador que existe.
A Laís assiste aos episódios d’O Show da Luna’ na TV, no DVD e (pasmem!) no Youtube. Ela tem 3 anos e meio e, devido contratempos em seu desenvolvimento, ainda não fala. Entretanto, conhece todas as músicas e não hesita em correr pra frente da telinha quando escuta qualquer acorde que esteja relacionado ao infantil.
Óbvio que ela não gosta de ver sozinha, tadinha. Então, ela segura na mão do primeiro adulto que estiver em sua frente e o arrasta para que o acompanhe nas cativantes historinhas da menina de 6 anos.
Seus olhinhos brilham e a retina persegue cada extremidade na tela, explorando cores, sons e expressões. Eu, babão, me sinto tranquilo e completo cada vez que os pequenos músculos da face da Laís se movem para esboçar um sorriso tímido ou se espatifarem numa sonora gargalhada.
Como pai, adulto e “maduro” (muitas aspas no ‘maduro’), quero dividir uma coisa com vocês, pode ser? Na verdade, é quase uma confissão kkkk…
A pureza das crianças permite que elas compartilhem com toda a família quando gostam de alguma coisa, concorda? Já nós, adultos, porém, somos um tanto quanto egoístas e mesmo tendo consciência de que isso é muito feio, dificilmente aprendemos e tomamos jeito. Hunf!
Seguindo essa linha de raciocínio, confesso com tristeza e vergonha que sou parte do time que vez ou outra sofre com o ‘ataque de exclusivismo’, sabe o que é isso? Explico.
Quando eu era mais novo funcionava assim: Se eu gostava de uma banda de rock independente e ela ficava famosa, já era motivo para eu ter ciúmes e achar que todas as pessoas que passaram a gostar depois de mim eram as tais ‘modinhas’.
Bom, fato é que fiquei adulto, passei a não ligar mais para isso e entendi que não há mal algum em as pessoas gostarem do que quiser e os artistas aumentar seus públicos, pelo contrário.
Hoje é muito claro para mim que, quanto mais público, mais dinheiro o artista ganha e, consequentemente, mais arte vai produzir para o bem de todos nós, fãs. É uma lógica que criei e que me ajudou a superar o ‘egoísmo-artístico-de-fã-doido’ rsrs.
Enfim, por ser um sentimento adolescente, imaginei que agora, no alto dos meus 31 verões, tivesse me livrado dessa coisa de ‘ser-dono-daquilo-que-passei-a-gostar-antes-de-todo-mundo’.
Pois bem, mas quando a Discovery Kids estreou ‘O Show da Luna’ fiquei encantado com a simplicidade, a sensibilidade e o profissionalismo com que este desenho animado é feito, já que enxerguei um trabalho que pudesse agregar positivamente na educação não somente na doçura da Laís, mas na vida de milhares de crianças de norte a sul.
Assim sendo, dia após dia fui me apaixonando pela obra e, quando vi, lá estava eu, sozinho, em frente da TV, assistindo ‘O Show da Luna’ sem minha filha.
Observei cada detalhe técnico de textos, cenários, tema, identidade visual, mas, principalmente, o amor com que aquilo tudo parecia ter sido realizado. É incrível como o amor no trabalho chega ao cliente final, né, gente? É até um aprendizado com a mensagem de “façam sempre aquilo que amam e com isso vocês sempre serão os melhores no que se propuserem a ser ou fazer”.
Passei a entender o quão importante é ‘O Show da Luna’ para o amadurecimento das crianças e cravei: “Jajá o mundo inteiro só vai falar deste desenho!”. E minha torcida era para isso mesmo, pelo bem das crianças e pelo orgulho em ter um desenho brasileiro tão bem feito em telas gringas.
Meses depois, minha profecia se confirmou e as aventuras da fofíssima Luna chegaram aos quatro cantos do planeta!
Resultado: Assim como acontecia com minhas bandas favoritas na adolescência, fiquei com ciúme de o mundo ter acesso a este desenho que eu queria mesmo era colocar em uma caixinha e guardar só para mim e para a minha filha.
Mas, olha gente. Prometo que essa loucura já passou, viu!? rsrs… Estou feliz demais com a proliferação de Lunas pelas lojas, bancas e emissoras, pois é uma animação que merece todo nosso aplauso.
Confio totalmente em deixar minha Laís no convívio deste desenho que é parte de uma das fases mais incríveis da vida dela!
Obrigado, TV Pinguim; vida longa ao ‘O Show da Luna’