E, DESDE SUA JORNADA COM 80 DIAS DE INTERNAÇÃO, QUE MEU CORAÇÃO NÃO FICAVA ASSIM, TÃO APERTADINHO 💔😥
Minha pequena Laís tem 4 anos, mas algumas marcas do sofrimento que passou por ter vindo ao mundo antes da hora ainda são latentes em seu desenvolvimento.
Ela não fala e apresenta dificuldades com equilíbrio, raciocínio lógico, foco, atenção, noção de perigo, coordenação motora e interação social, o que me causa extrema apreensão sobre os perigos que vivenciará e o aparentemente martírio que entrar na escolinha possa lhe causar.
Até imagino que meus anseios sejam comuns a qualquer pai ou mãe que chegam nesse difícil dia de “cortar a fita” – para que os filhos ganhem o mundo e se tornem autossuficientes no futuro.
Mas, por mais que eu tente me blindar dos pensamentos desfavoráveis, é dificílimo manter-se alheio de expectativas como:
Será que ela conseguirá evoluir, se desenvolver e acompanhar o aprendizado?
Será que irá se adaptar à essa nova realidade/rotina?
Será que vai ser bem recebida pelos coleguinhas?
Será que vão querer ser amiguinhos dela?
Será que ela vai cair e se machucar?
Será que vão bater nela?
Será que ela vai pedir para ir ao banheiro quando sentir vontade?
Será que vai se alimentar direitinho?
Será que vai se comportar e respeitar a todos?
Será que escola e os educadores cuidarão direitinho dela?
Ai, ai…
Embora eu saiba que para Deus ela é uma gigante, confesso que pra mim ela ainda é tão fragilzinha, sabe? Magrinha, corpinho mirrado, levinha, carinhosa, não sabe se defender…
A Laís tem crescido muito amorosa com as pessoas que a cercam e diariamente se encanta mais e mais com as crianças de sua idade.
Tanto que, ao ver uma ou mais brincando, ela corre atrás pulando, gritando e se divertindo.
Percebo nela essa vontade em ser feliz, fazer amiguinhos, ser aceita, aprender coisas novas, enfim… ser uma guria como qualquer outra.
Mas a gente sabe que o mundo não é tão bondoso com as pessoas consideradas “diferentes”, né?
Tanto que, mesmo interagindo com as crianças do prédio ou filhos de amigos/parentes, a gente percebe o distanciamento que algumas criam da Laís, às vezes querendo bater nela ou não emprestando o brinquedinho, ou deixando-a de fora das relações simplesmente por ela não falar e/ou não ter a mesma agilidade intelectual.
Pela janela de seu olhar percebo que ela se entristece profundamente por não entender os motivos dessas exclusões.
Mas Deus a presenteou com um coraçãozinho tão bom e inocente, que, mesmo recebendo uma negativa, ela continua atrás das crianças com o sorriso largo e até chora quando todas vão embora sem nem sequer olhar pra trás.
Claro que a atitude das outras crianças é involuntária, sei disso.
Criança é pura, não sabe o que é bulliyng, não sabe o que é isolar, e não sabe o mal que talvez possa causar ao coleguinha.
A inclusão e o respeito devem ser fomentados sempre pelos adultos que participam de suas criações, já que eles sim sabem o que é certo e o que é errado, e o que é ou não importante seus herdeiros aprenderem para crescerem seres humanos que façam a diferença para o bem lá na frente.
Entretanto, nós, pais que vivenciamos o pior lado da corda, sabemos o quão dolorido é tudo isso, e olhamos de longe com o coração desmanchado em lágrimas cada vez que percebemos algum tratamento diferente com nossa pequena que, inclusive, já sofreu tanto nessa vida desde antes do próprio nascimento…
Enfim…
Queria dividir essa minha angústia com vocês no sentido de pedir energias positivas para que ela se adapte o mais facilmente possível e nos surpreenda com sua evolução e alegria.
Que Deus proteja minha filha nesse primeiro dia de aula, e que seja somente o início de uma jornada vitoriosa na vida dela.
Creio que existe um plano muito grande na vida do meu Diamante, para que, ao se tornar adulta, possa ajudar muitas pessoas com seu exemplo de superação e milagre, e também através de gestos envoltos por bondade, altruísmo e empatia.
Crio ela neste sentido e sei que ela não está viva por acaso.
Te amo, minha princesa. Lembre-se de que você nunca estará sozinha!
“Tenho medos bobos e coragens absurdas!” (Clarice Lispector)
“Tenho medos bobos e coragens absurdas!” (Clarice Lispector)