Aqui está meu humilde protesto em prol da Educação neste país.
Não tenho editora, não tenho estrutura financeira e menos ainda incentivo de pessoas ou instituições. Aqui é tudo na raça, no vá e faça, no feito melhor do que perfeito e, principalmente, no amor à arte e à educação. E só. Da concepção à realização.
No entanto, não passo meses na solidão do Bloco de Notas – e depois contando moedas para produzir poucos exemplares do próprio bolso – se não visse sentido no que faço ou não enxergasse que, mais do que nunca, as pessoas precisam ler para formar opiniões próprias e transformadoras.
Não é me ler para pensar igual a mim.
É ler simplesmente pq a leitura é ferramenta indispensável para se desenvolver um raciocínio analítico sobre algo ou percepção mais assertiva sobre alguém.
É, enfim, me ler para me confrontar, me propor o diferente e também auxiliar em minha construção diária.
Quase ninguém me lê hoje, é verdade. Mas não é o Brasil de hoje que me motiva. É o Brasil dos meus filhos.
E publicar obras é meu pouquinho à sociedade para quando eu não estiver mais aqui e, quem sabe, fazer algum sentido aos que porventura ainda estiverem.
Conforme costumo dizer: “O mundo não muda pelo muito. O mundo muda pelo pouco de cada um de nós.”
E o que pode ser mais desafiador do que lançar livro num país cujo Governo não deseja ter sua nação lendo?
O que pode ser mais desafiador do que fomentar educação num país cujo Governo não enxerga valor em Filosofia, Sociologia e acaba com incentivos em Universidades Federais, por exemplo?
Para cada centavo negado a uma escola pública, um novo parágrafo.
Quanto mais o Governo tesourar as verbas educacionais, mais livros vou lançar para cumprir a missão em instigar os jovens à leitura, ao diálogo, ao questionar, ao pensar, ao saber e à autonomia intelectual.
E como essa prática em cortar verbas educacionais e desvalorizar o professor não é particularidade dessa atual gestão (em 2015 o Governo Dilma também “contingenciou” bilhões da educação e saúde), minha luta por contribuir se perpetua.
Já vieram dois; mais dois virão ainda em 2019; e, enquanto Deus permitir, seguirei produzindo para inspirar e despertar reflexões nos corações mais labirintosos que puder atingir.
Não sucumbiremos à mordaça do aprendizado, independentemente de quem estiver no poder.
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