1º – Vocês sabem que o BBB é um programa de entretenimento, com direção, mega equipe, investimento, patrocinadores e tudo mais, certo? Certo.
Que bom, isso já ajuda. Pq algumas vezes tenho a impressão de que as pessoas de fato acreditam nele como sendo a vida real;
2º – Cada um oferece aquilo que tem.
Destrinchemos rapidamente o 2º então…
Karol Conká fez um jogo desastroso no BBB21. Importunou, segregou, destilou ódio, refutou perdão, criou intrigas, foi soberba, chutou o fair play pra longe e vestiu a carapuça de canceladora – feitiço que, infelizmente, tende a se virar contra a feiticeira aqui fora. Talvez seja isso que ela tenha (ou tinha) de mais latente em seu mais íntimo, por isso ofertou.
Mas o espectador precisa compreender que o lúdico acabou pra ela. O CNPJ morreu lá dentro e a vida real, o CPF, está de volta junto com reflexões e o consequente amadurecimento que se tornarão mais palpáveis à Karol com o tempo, depois de rever tudo e fazer uma autoavaliação.
Só que isso é algo particular dela. Não cabe a nós, público formado por errantes desde o nascimento, apontar o dedão de capatazes da internet para invalidar a vida social dela, enquanto cidadã pagadora de impostos, ameaçando sua família de morte e agindo com ares de “eu sei o que é certo ou errado e por isso tenho propriedade para julgar”. Não, não tem.
Aliás, a gente sabe o que é certo e errado? O brasileiro, principalmente, tem discernido isso com sabedoria? Trocando por miúdos: quem de nós tem moral?
Óbvio que votar para que a cantora saísse com máxima porcentagem e criticar o comportamento deplorável que demonstrou também é parte do jogo. Isso é legítimo e segue de acordo com a proposta do formato. Não se identificou? Vota e critica. Perfeito.
Agora, pegou ranço? Não precisa agredir, matar, torcer para a pessoa morrer de fome ou entrar em depressão só pra “pagar” o que fez em um, repito, programa de televisão. Basta não consumir a música que ela produz, não segui-la nas redes sociais, enfim… rolar o feed preocupando-se em cuidar do próprio espelho (que por sinal, se tu for ver, está bem embaçado também e precisando de reparos).
Veja bem, não somente com a Karol Conká, mas em qualquer âmbito de relações humanas que cultivamos, sempre haverá na mesa 3 opções para escolhermos apenas uma: o ódio, a indiferença e o respeito.
Se a gente também importuna, segrega, destila ódio, refuta o perdão, cria intrigas, é soberbo, chuta o fair play pra longe e veste a carapuça de canceladores – nos igualamos e comprovamos que, na lógica do ‘cada um oferece aquilo que tem’, esse é nosso “melhor”.
QUAL É SEU ‘MELHOR’?