Há exatos 20 anos, em 2001, o Iron Maiden tocava para 250 mil pessoas no Rock in Rio.
A foto do post é só para tentar ilustrar de alguma forma o número de mortos pela Covid-19 no Brasil até hoje (na verdade 252.835).
MAIS DE DUZENTOS E CINQUENTA MIL PESSOAS MORTAS PELA COVID-19, EM UM ANO.
Filhos sem o abraço de “você não está sozinho” dos pais, mães com o casaquinho e o guarda-chuva dos filhos jogados no fundo do guarda-roupa, vovós que deixaram de fazer um bolinho de fubá pra comer com os netos no fim do dia, filhas que entrarão na igreja sem os pais no dia mais especial de suas vidas, mães que não ficarão mais acordadas até tarde esperando as filhas voltarem do trabalho ou da escola, pais que não terão mais os filhos para sofrer juntos durante o futebol de domingo na TV, vovôs que não tem mais o bolso do neto para colocar aquela moedinha escondido… ou aquela melhor amiga que cresceu junto e agora deixou seu banco no carro vazio na ida aos rolês, e aquele parceirão que animava o churrasco do time e nunca mais vai aparecer lá com sua gargalhada contagiante… nunca mais.
Sonhos profissionais interrompidos, metas pessoais bruscamente canceladas, aquela planejada viagem que nunca mais vai acontecer, enfim. Isso precisa mexer com a gente de alguma forma, saca? O senso de responsabilidade se faz urgente, e isso é muito individual. Covid-19 está cada dia mais perto de nós e das pessoas que amamos (isto é se você ou algum conhecido já não foi alvo da doença de alguma forma).
Quantos ainda precisarão morrer para que parte das pessoas compreendam a necessidade do uso correto de máscaras, da higienização, do distanciamento e, claro, o óbvio, do pacto social que é a vacinação?
Por quanto tempo continuaremos desrespeitando os que já se foram? Por quanto tempo continuaremos colocando a vida do próximo em risco apenas por ego, ignorância ou ódio?
É forte, mas, embora surreal, olhar essa foto e imaginar o mar de gente como sendo um amontoado de corpos, passou a ser um exercício necessário, já que algumas pessoas são visuais e também pq, com a banalização da morte, números assustadores passaram a ser apenas números.
DUZENTOS E CINQUENTA MIL…
Na boa? Não precisava chegar a esse ponto. Todos sabemos que não precisava. Todos.
PEÇO LICENÇA PARA LHE PROPOR UM EXERCÍCIO:
Antes de dormir hoje, deite na cama, largue o celular, e com os olhos bem abertos fixados para o teto, pense em toda sua conduta até agora para contribuir com o fim dessa pandemia. O que você tem feito de bacana e que pode acelerar o fim disso tudo?
Seja sincero consigo mesmo e esqueça qualquer coisa relacionada a política. E, se porventura, acreditar que sim, está em falta, acorde diferente amanhã. Levante cheio de vontade de mudar o mundo para melhor e de salvar vidas. Sempre há tempo, mas é preciso permitir-se. E, neste caso, permitir-se significa ter um mínimo de sensibilidade humana.
Depois, claro, deixe sua prece aos que se foram e aos que ficaram por aqui sem os grandes amores de suas vidas – e que precisam de motivos seguir levantando todas as manhãs.