O mundo acaba hoje e eu estarei dançando… com você! (Agridoce)
00h25 agora. Único horário que encontrei na raspa do tacho para vir dialogar e soltar um pouco alguns resquícios presos na garganta e na alma sobre essa tal de ‘paternidade real e sem filtros’, sabe?
Laís com a perna direita engessada dos pés até acima da coxa vem tendo uma recuperação ortopédica dentro do esperado, mas o impacto psicológico que essa imobilização tem lhe causado é, ao mesmo tempo, desesperador e angustiante.
Não está sendo fácil, mas também nunca foi e temos plena consciência de que jamais será.
Na mesma intensidade, porém, mora em nós a certeza de que, daqui até o infinito, fisicamente ou não, teremos sempre um ao outro. E isso nos basta e traz a força e conforto necessários desde que nossas vidas se cruzaram, há quase 9 anos.
Os desafios se revelam imensos, mas é preciso aceitar que são eles que alimentam nossa busca por leveza a cada nascer e pôr-do-sol, e contextualizam os motivos da gratidão que nos cerca a cada sorriso, brilho no olhar ou bitoquinha de esquimó que trocamos diariamente.
Se você chegou até aqui, guarde isso:
Tu saberás que é amor de verdade, quando sua própria existência estiver no limite, em xeque, e, mesmo assim, você dizer com a alma transbordando alegria que viveria absolutamente tudo novamente se fosse preciso.
É exatamente assim que sinto, sofro, sorrio e me entrego, por isso nunca vou me curvar à máxima de que “pai ama menos” e/ou aceitar a condição de coadjuvante na criação do grande amor da minha vida.
Nós todos vivemos dias incríveis, que não passam de ilusão; todos vivemos dias difíceis, mas nada disso é em vão… (CBJr.)