A primeira pessoa que você deve se manter longe assim que inicia o trabalho em uma nova empresa ou departamento, é aquela veterana no ambiente que te recebe com ares de “best friend foverer”, toda solícita, e na primeira oportunidade te enquadra no café com a voz mansa para enumerar quem, na visão dela, “presta” ou não no time, com a desculpa de abrir seu olho.
Tirar conclusões sobre alguém que não se conhece baseado no olhar e julgamento de terceiros, sem permitir relacionar-se com aquele ou aquela colega de trabalho mais profundamente, é a pior das cascas de banana corporativa, já que carimbar um alvo na testa ou criar ranço de quem nunca nos fez nada de ruim, só fará mal – pessoal e profissionalmente – a nós mesmos. E isso, acredite, poderá custar boas oportunidades e até a chance de se criar mais e melhores relações.
Não que os mais experientes estejam blindados, mas quando se está em início de carreira o cuidado precisa ser redobrado para não se tornar uma presa fácil pelos corredores, uma vez que é natural se sentir coagido a ouvir o que esse alecrim dourado tem a dizer por ele já ter tempo de casa. Quase um abuso psicológico sobre quem não se sente confortável em se posicionar por receio de sofrer represálias durante a jornada na equipe/empresa que está só começando.
Esse tipo de conduta marca o início do fim do bom clima organizacional. E sem clima, não há resultado, nem receita, nem sucesso individual e coletivo.
Entenda: uma pessoa com quem você não tenha afinidade pode ser uma ótima parceira para alguém, assim como alguém que você seja muito próximo pode não ter uma boa relação com outro alguém também. Ninguém é 100% vilão ou mocinho. Nem, nós. E as percepções que temos sobre o outro são muito individuais, por isso devem ser realmente pessoal e intransferível – sem dar brecha para que alheios interfiram.
Resumindo… ao se deparar com esse “poço de boas intenções”, agradeça pela preocupação, mas deixe claro que você prefere tirar suas próprias conclusões a respeito dos companheiros e companheiras com o passar dos dias e conforme a parceria e os jobs forem acontecendo. E quando chegar uma pessoa nova na equipe, seja exemplo, deixe-a tranquila para seguir o mesmo caminho.
Além disso, a pessoa que tem essa conduta de “abrir seu olho”, é a mesma que vai chegar em um próximo funcionário novo para falar sabe-se lá o que a seu respeito.
Quebre o ciclo.